Ela me deixa um aviso que tem planos pra nós no feriado, tudo isso no depoimento. Que votaremos, almoçaremos e então dormiremos, como sempre fazemos, se bem que tem sido menos, porque na cama não mais cabemos. Dormimos, sonhamos, mexemos. Isso tudo tem certo constrangimento, porque ela empurra, faz birra e aquele bico que sempre vemos. E eu, como todos nós sabemos, faço aquele fingimento; que ela não mais aguento, com cara de birrento, levanto e balanço o vento. Ela me vê inquieto, calminha chega mais perto, se afrouxa no canto certo, me engana e olha pro teto, sem que veja já tô coberto, eu viro boquiaberto, a encontro de braços abertos e um riso mei'que incerto, pois sabe que eu sempre testo, quando se descobre pra me deixar coberto.
Sabe de uma? Te quero sempre aqui, qüilo?
* Lá no fundo da foto, um flagra do som automotivo que ela me deu de aniversário.
Daniel, 23 anos, libriano de carne, osso e acordes. Começa a escrever quando acha que não se deve deixar pra trás o que sente. Geralmente está na fossa. Caso não encontre-o lá, procure-o nas nuvens. Uma mistura de "sabe-se lá o quê" com filhote de sabiá. Pois bem, não sei o que sou. "...eu costumo ser o coadjuvante da vida, de todos."